sábado, 15 de outubro de 2011

olha para mim

    Olha para mim...
    Olha para mim e diz-me que todas as noites perdidas a pensar na tua voz fazem sentido. Olha para mim e diz-me que o bater do teu coração é tão ensurdecedor quanto o meu. Olha pra mim e diz-me que que o sabor da tua boca pode ser provado. Olha para mim e diz-me que a tua mão não anda sem a minha. Olha para mim e diz-me que 1+1=1.
    Porque quando olhares para mim e me disseres tudo isto sem o teu olhar fugir, o meu fugirá como se nunca te tivesse olhado.
    Não olhes para mim. Não me digas nada.
    Sossega, coração.
    (Porque vais contra a maré?)


Relatos de uma noite perdida num tempo passado de 2011, numa gaveta

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